Acabou em grande estilo um dos melhores campeonatos de Fórmula 1 dos últimos anos. O GP de Abu Dhabi foi a consagração de um novo piloto, de estilo muitas vezes irresponsável, mas de extremo talento. Foi um dedo na cara de uma das maiores escuderias de todos os tempos. Foi um balde de água fria no ímpeto espanhol e na esperança australiana. Foi o final de um ciclo ruim para outros. E foi o final menos esperado de todos. Antes de falar sobre a corrida de hoje, vamos dar uma passada no campeonato.

Seguindo as novas regras

A temporada de 2010 começou muito antes da de 2009 acabar. No último ano, as discussões acerca do limite financeiro para as equipes fizeram muita gente torcer o nariz e ameaçar sair da categoria. Toda a discussão acabou sendo em vão e a temporada começou normalmente.

Três novas equipes passaram a compor o grid de largada, graças ao apoio dado pela FOM. Hispania, Lótus e Virgin mais atrapalharam do que ajudaram nas corridas, brigando sempre pelas seis últimas posições – isso quando conseguiam terminar as corridas.

Virgin sofrendo na pista molhada

No lado técnico, algumas mudanças importantes: o reabastecimento seria extinto, o peso mínimo dos carros foi aumentado, cada piloto só poderia usar oito motores em toda a temporada, os pneus que fizeram a classificação no Q3 deveriam continuar na corrida e o sistema de pontuações mudou. Se antes os oito primeiros pontuavam (10-8-6-5-4-3-2-1), agora os 10 primeiros pontuam e com uma diferença maior entre as posições (25-18-15-12-10-8-6-4-2-1).

As caras das equipes

A Brawn GP, campeã de construtores e de pilotos em 2009, já havia sido vendida pra Mercedes. Três novas equipes estreavam no grid (Hispania, Lótus e Virgin), a Sauber voltava após alguns anos longe.

Nas equipes principais, algumas mudanças importantes. Sem equipe, o atual campão do mundo Jenson Button foi contratado pela McLaren no lugar de Kovalainen. Na Ferarri, Räikkönen dava um até logo pra F1 e Fernando Alonso entrava em seu lugar. Na Renault, Kubica e Petrov assumiam as das vagas existentes. Rubinho, também sem equipe após a venda da Brawn, foi para a Williams e disse ser um sonho que se realizava. Porém nada foi tão surpreendente quanto a volta de Michael Schumacher para as pistas. Após ensaiar voltar em 2009, quando Felipe Massa sofreu um acidente, Schumi decidiu atender suas vontades e assumiu um cockpit na Mercedes.

Para o Brasil, era um ano interessante. Teríamos quatro brasileiros na pista e poderíamos ver um Senna disputando um GP novamente. Pena que sabíamos que Di Grassi, Bruno Senna e Barrichello não lutariam por nada.

Leia também as partes II e III.