Carnaval. Tá aí uma coisa que consegue me dar mais preguiça que domingos. Se você discorda de mim é porque não vive em um galinheiro e não vê o quanto é patético ver frangos e galinhas procurando uma fantasia.
Pensa comigo: o que é necessário para fazer uma boa fantasia? Pouca roupa, lógico. Ou alguma coisa que envolva penas. Agora imagine uma galinha se fantasiando pro carnaval. Pois é, esse é o problema.
O pior é que todo mundo só fala dessa merda de carnaval desde a semana passada. Você liga a televisão e eles estão passando os melhores momentos do desfile da Agremiação Unidos do Galo Alto. Entra em um site de notícias e só vê notícias do carnaval das repúblicas universitárias das cidades do interior. Conversa com a sua vizinha e ela fala da fantasia da fulana que tava FA-BU-LO-SA. Me poupe!
A única vantagem é que nessa época do ano é que as galinhas estão mais liberais. Essa sim é a grande vantagem do carnaval, ainda mais para quem tem a função de ser o garanhão reprodutor dessa granja. Ou seja, eu.
Só de ver aquelas galinhas gostosas sambando já fico louco. O problema é que esse ano eu só vou poder ver, porque caí e machuquei minha pata direita. Ela está imobilizada com um gesso e mau posso sair da minha cama. Antes de começar qualquer ladainha, vamos até a Wikipédia:
“Em zoologia, usa-se o termo bípede para qualificar os animais terrestres que se deslocam normalmente na posição vertical. A bipedia é regra entre as aves, mas é rara em mamíferos e répteis”.
Isso significa que, com uma perna imobilizada, estou mais para raça do Saci Pererê do que pra de uma ave. Todas as atividades que eu fazia normalmente, tipo levantar do poleiro, estão seriamente comprometidas. E sabe qual a pior parte? A galinha gorda com celulite.
Ela cismou que não queria participar do carnaval só pra cuidar de mim. Cismou também em se fantasiar de enfermeira sexy. Sexy só se for lá no inferno, porque se aquela gorda usar algo menor que uma burca já é um abuso para os olhos de qualquer um. Foda-se se é o dia da mulher. Aquela galinha maldita não merece comemoração de nada.
E pensar que sou vou tirar esse gesso/faixa da minha pata na semana que vem e que a Fórmula 1 desse final de semana foi cancelada. Que merda de carnaval.
Começou a escrever em 2008 para fugir de uma rotina massante no galinheiro e descobriu que era bom naquilo. Ou pelo menos achava que era, já que nunca conseguiu dar nenhum beijo na boca por seus textos. Dizem por aí que continua virgem, mas ele nega.