Estou escrevendo um livro.

“Ai, que legal!”, “Quando fica pronto?”, “Vai ser sobre o quê?”. Vamos com calma, jovens padawans. Antes que vocês se animem, saibam que estou apenas trabalhando em uma ideia que tive. Penso nela todos os dias, sem exceção. Lapido um conceito, procuro a forma narrativa mais adequada, tento encontrar o tom certo para o personagem principal. Já defini muitas coisas que vão estar no projeto final, mas ainda faltam outras tantas e, por isso, estou indo aos poucos.

Sei que não é um livro que vai revolucionar a literatura contemporânea brasileira. Longe de mim. Não tenho a pretensão de ser a voz da minha geração. Ele vai ser algo singelo e com uma mensagem bonita no fim. É uma história, acima de tudo, de amor. Quero deixar tudo redondo e fazer o melhor para vocês.

Porque como já disse, tudo que escrevo é para vocês. Nada me deixa mais feliz do que ouvir que vocês deram um sorriso com meu texto. Que se emocionaram. Que compartilharam com os amigos. Nada me deixa mais feliz do que ouvir que, de alguma forma, mudei o dia de vocês. E mesmo que vocês não imaginem, comentários como esses mudam o meu dia também. Meu humor melhora demais quando escuto algo assim.

Mas é bom falar que também escrevo para mim. Essa ideia do livro é algo que também estou fazendo para provar uma coisa para mim mesmo e, pela primeira vez, estou obsessivo com algo. Nunca fiquei mais de um ano concentrado em um único projeto pessoal. É tempo demais pra meus padrões hiperativos. Mas essa obsessão com o livro me fez perceber que o caminho que aos poucos eu vinha trilhando é irreversível: não consigo mais ficar sem escrever.

Não passo um dia sequer sem que histórias rondem a minha cabeça. Elas vêm em bandos durante o banho, no ônibus, enquanto trabalho. A qualquer hora. E se vocês acham que isso é algo bom, acreditem em mim, não é. As histórias são inconvenientes. Quando não posso dar atenção para elas, costumam gritar. Às vezes gritam tão forte que preciso parar o que estiver fazendo para atendê-las. É um esforço de concentração constante.

Até porque, hoje, não me sustento financeiramente com as palavras. Elas até fazem parte do meu trabalho, mas tenho escrito bem menos do que gostaria. Tenho contado menos histórias do que gostaria. Tenho passado menos no blog do que gostaria. Por isso essa marca de quatrocentos posts é muito importante para mim. Aqui é meu espaço para escrever, para domesticar as ideias que vivem gritando na minha cabeça. É o lugar que mais gosto de estar.

É aqui que posso fazer paródias de contos infantis, falar sobre futebol em suas diversas formas, criar histórias de amor, de carnaval, sutiã, prostitutas, protestos, galinha pintadinha, colocar em crônica um dos dias mais emocionantes da minha vida ou até mesmo falar sobre o nada.

Nesse ano ainda publiquei um ebook. De forma independente, com cara de amador, mas meu primeiro ebook. Tenho orgulho do resultado e espero que vocês tenham gostado. É por essas pequenas alegrias diárias que continuo aqui. É por isso que gosto tanto desse meu espaço. É por isso que daqui 100 posts estarei de volta para mais uma comemoração.

Obrigado por tudo.