Granjeiro desaparecido desde o dia 13 de julho. Foi visto pela última vez escrevendo um conto de fadas e nunca mais voltou para me dar comida. Estou com fome. Se alguém vir ele por aí, favor entrar em contato comigo por e-mail.

Nunca o encontrei, então não posso dar mais detalhes sobre como ele se parece. Porém ele é facilmente reconhecível por seu humor idiota e sarcástico. Tem uma obsessão por oferecer milho como comida e cisma em deixar aquela galinha gorda cheia de celulite viva. Ele deve ter alguma tara por ela, só pode ser. Se não for tara, só pode ser pena de matar aquele ser tão horrendo. Eu teria pena de matar um exemplar tão único. É tipo um ornitorrinco. Feio, porém raro.

Voltando ao sumiço do granjeiro, dizem por aí que ele está com uma extrema falta de criatividade e por isso não está passando aqui. Quem o encontrar, favor perguntar se esse é realmente o problema. Se for, diga a ele para ir se fuder, deixar de frescura e escrever alguma coisa. Diga exatamente com essas palavras, por favor. Ele merece.

Não tem recompensa para quem achá-lo, principalmente porque não ganho nada para estar aqui. Sou o único que trabalha direito nesse lugar e a única coisa que eu ganho é hospedagem e comida. Mais nada. Sou despertador, garanhão reprodutor e aspirante a galo de sucesso. Nem por isso recebo um mísero salário. Portanto, quem o encontrar, favor cobrar alguma coisa dele.

Pronto, anuncio feito. Quando ele aparecer, prometo que o obrigo a passar por aqui mais vezes. Não vai ser de uma maneira muito boa que vou fazer isso, inclusive.

Vou desativar meu antigo blog, o “Memórias de um frango”. Para isso, vou resgatar as crônicas que estavam postadas lá, dar uma repaginada e trazer para cá. Essa, inclusive, foi a última coisa que escrevi como o Frango antes de migrar para o Estamos em Obras. Perceba-se que eu já estava sem escrever há muito tempo, mas era uma preparação para o que estava por vir.