Mantendo as tradições do blog, chegou a hora de começar as retrospectivas de 2014!
Apesar de ter sido um ano complicado, consegui bater a marca de 52 filmes assistidos, o que equivaleria a um por semana. No momento em que elaboro esta lista, cheguei ao total de 62, com quatro idas ao cinema. A tendência é chegar ao final do ano com pelo menos 66, mas nenhum dos que vou assistir tem potencial para bater o top 3 atual, então vou fazer a lista mesmo assim.
Vale lembrar que a escolha é completamente parcial, baseada apenas nos meus gostos. Até 2012, eu elegia apenas um filme. A partir de 2013, fiz um top 3. Este ano vou repetir a dose. Antes de começar a falar deles, vamos ver os vencedores dos anos passados:
2010: Empate entre Toy Story 3 e Onde vivem os monstros
2011: ABC do amor
2012: O ano em que meus pais saíram de férias
2013: 1º lugar – Princesa Mononoke / 2º lugar: Trilogia “Before…” / 3º lugar: As vantagens de ser invisível
2014
Comecei o ano ao som de Let it go e de uma das melhores animações da Disney em anos. E se for pra continuar no ramo das animações, cantei várias vezes um Everything is awesome com Lego: O filme, embarquei na melancolia de Mary and Max, voltei pra sala de aula com Universidade Monstro e me encantei com o incrível Como treinar seu dragão 2.
Para a maratona Oscar 2014, consegui assistir Clube de compra Dallas, 12 anos de escravidão, Philomena, Trapaça, Nebraska e, de quebra, também vi Blue Jasmine, mas nenhum deles conseguiu um lugar nos melhores filmes de 2014. Quem quase chegou lá foi O lobo de Wall Street, graças à atuação alucinada do Leonardo Dicaprio.
Também revi alguns filmes que merecem nota. Em maio, fiz uma mini maratona com os oito filmes do Harry Potter e renovei meu amor pela série. Laranja mecânica foi outro que revi e me fez ficar cantando Singing in the rain por uma semana. Coloque nessa lista também A fantástica fábrica de chocolates, Os goonies e Os fantasmas se divertem e temos um ano bom.
Além disso, tive a experiência mais estranha de todas ao assistir Ninfomaníaca (as duas partes) com amigos. Pelo menos dava pra rir no meio do desconforto. Ainda no campo de filmes estranhos, assisti O imaginário do dr. Parnassus e Trainspotting. Partindo para as pequenas decepções, a terceira parte de O Hobbit ocupa lugar de destaque, junto com Lolita (do Kubrick), Argo e Você vai conhecer o homem dos seus sonhos. E não sei por que me dei ao trabalho de ver Deus (não) está morto, que foi o pior filme do ano, disparado.
Porém nem só de decepções vive o mundo e alguns filmes estiveram bem próximos do pódio deste ano. Medianeras é uma delícia de filme argentino que, com certeza, vou rever. Os intocáveis tem uma história tão incrível que quase arrastei sua cadeira de rodas para o pódio. Adeus, Lênin é tão bonito e tão simples que não ganhou um troféu por pouco. Amnésia é um dos melhores filmes do Nolan, mas não o suficiente pra minha lista. Rush é o melhor filme sobre F1 que já assisti. A Esperança – Parte 1 é uma adaptação tão incrível que é triste vê-la de fora. Mas a perda mais sentida é de Hoje eu quero voltar sozinho, que estava na lista até os 45 do segundo tempo, mas foi vencido no finalzinho.
Prontos para conhecerem meu ranking de 2014? Vamos lá.
3º lugar
Embora eu continue achando Os incríveis e Ratatouille as melhores coisas que o Brad Bird já dirigiu, foi um desenho feito em 2D, do modo mais tradicional possível, que ganhou meu coração por completo. Há algum tempo eu ouvia o quão maravilhoso era O gigante de ferro, mas ainda não tinha corrido atrás dele. Foi quando o encontrei na Netflix e me apaixonei.
A história é bem simples, de um robô que chega à Terra e é encontrado por um garotinho. Sem muitas explicações, sem muitas firulas. É um desenho que vai direto ao ponto e possui múltiplas camadas de interpretações, situando-se naquela área nebulosa que consegue agradar tanto crianças quanto adultos, sem ser óbvio demais ou esperto demais. Encantador, é o que eu diria.
2º lugar
“You talkin’ to me?”. Sim, estou. E me pergunto por que fiquei tanto tempo sem assistir Taxi Driver. É um daqueles filmes clássicos que nem precisa se falar muito sobre. Quanto menos informação melhor. Quanto mais despreparado você estiver, mais vai ser seu arrebatamento pra dentro da personalidade de Travis Bickle e sua busca por encontrar um sentido para a vida. É DeNiro em sua melhor forma, com uma entrega absurda a um personagem como só ele conseguia fazer.
Quando terminei de assistir, tudo que eu queria era levantar e aplaudir de pé. Se me deixassem, estava aplaudindo até hoje. E pensar que ele perdeu o Oscar pra Rocky (em defesa, o ano de 1977 foi pesado na disputa pelo homenzinho nu).
1º lugar
Se quando terminei de assistir a Taxi Driver eu queria aplaudir de pé, quando terminei o filme que ocupa essa primeira posição eu queria chorar. Não de emoção, mas de dor. Sim, dor. Parecia que eu tinha levado uma porrada na boca do estômago e não sabia como reagir a ela. Minha cabeça doía, meu estômago embrulhava e eu não conseguia pensar em mais nada. Assim foi a sensação ao terminar Réquiem para um sonho.
As atuações nesse filme são tão viscerais que nem sei por onde começar a elogiar. A Ellen Burstyn, então, está maravilhosa. O retrato que ela faz do vício que consome a personagem é tão forte que poucas vezes fiquei tão mal ao assistir algo. Posso estar sendo levado completamente pela emoção, mas o que é um bom filme se ele não nos causar alguma reação? Por causa do desconforto que me gerou, Réquiem para um sonho leva, merecidamente, o prêmio de melhor filme assistido em 2014.
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.