“Se você perder a sua motivação… é como se estivesse quebrado”
A invenção de Hugo Cabret, Brian Selznick
Este é o último texto da retrospectiva 2012 e, com certeza, o mais difícil de ser escrito. Por tradição (iniciada ano passado, mas já é tradição. Não enche), é nele que abro o coração e coloco um ponto final no ano que passou. É quando paro para analisar o que fiz e o que mudou em mim. Quando analiso minhas ações e faço o balanço final para começar o próximo ano de cabeça limpa.
Só que não sei bem o que vou falar neste texto, já que 2012 foi um ano apático. Quando falei de 2011, deixei bem claro que foi um dos piores da minha vida. O problema é que os reflexos só chegaram agora. Passei um ano inteiro me auto-sabotando, sem poder de reação. Abandonei o convívio direto com pessoas, me isolei, fiquei mais introspectivo. Foi horrível para mim, pro meu cérebro e pra minha sanidade.
A frase que escolhi para abrir o post dá uma ideia geral disso. Em nenhum momento tive motivação para dar o primeiro passo, para começar a caminhada de recuperação. Como resultado, nada funcionou. Simples assim. Parecia que eu estava quebrado e que dificilmente conseguiria me consertar.
Isso foi analisando o ano como um todo. Se pensar nos pequenos momentos de 2012, acho que todos foram muito fodas. Logo no início do ano, fiz meu primeiro mochilão com amigos, para a Argentina. Aliás, todos esses “pequenos momentos fodas” foram passados com essas pessoas especiais. Graças aos meus amigos, o ano não foi um completo desespero.
Tenho certeza que pouquíssimos deles sabem exatamente o que rolou. Tenho a terrível característica de me fechar emocionalmente e talvez tenha sido isso o que mais me prejudicou. Na situação em que me encontro, o melhor é colocar para fora. Se eu tivesse falado, eles poderiam me ajudar. Sei disso e peço desculpa por todos os momentos que pareci ausente. Ano que vem vai ser melhor, eu juro.
Olhando agora, parece que 2012 foi um grande barril que empurrei só porque precisava empurrar. Um fardo que não dava para passar a outra pessoa. Não fiz nada com paixão, não me esforcei o suficiente. Não aguentei a pressão. Deixei a vida me levar e te digo, senhor Pagodinho, nunca mais quero fazer isso.
Em 2013 quero ser eu a levar a vida. Começando por amanhã.
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.