Desculpa, guria. Entendi porque tu tá chateada. Sou eu, não é? Pode ser sincera. Foi difícil admitir pra mim mesmo que era eu o errado, mas agora tô aqui.

Pra começar, tu sabe que eu não era a favor desse namoro. Te expliquei na época, falei dos meus casos antigos. “Relacionamentos são furados, no fim um sempre se machuca”, disse. Mas tu insistiu, falou que valia a pena tentar, que ninguém conseguiria prever o futuro e que com a gente ia ser diferente.

Não me arrependo de ter confiado em ti. Se o namoro dependesse só de você, iria dar certo. Mas estou do outro lado, guria, te deixando mal.

Não é de propósito, juro. Pode soar como bobeira, mas tu sabe os meus problemas. Emprego e faculdade. Imerso no caos. No meio desse turbilhão, tô completamente perdido. Não sei pra onde ir, o que fazer ou a quem recorrer.

Então quero ficar sozinho, longe do mundo. E quando tu liga, guria, com a voz mais doce do mundo, não consigo dar a atenção que tu merece. Eu te amo demais pra me comportar desse modo. Além de te deixar pra baixo, isso também me deixa. Mais do que você pode imaginar, acredite.

Pra fazer com que minha vida volte ao normal, preciso de ajuda. Preciso de você do meu lado. Sem perguntas, sem confusões. Só você. Te quero comigo, para dormirmos abraçados nas noites em que me sinto sozinho. Preciso da sua companhia para me dar suporte, dizer que está tudo bem mesmo quando tudo tá desmoronando.

O que escrevi pode parecer contraditório, mas na verdade é só o medo que tenho de te perder. Antes de você tomar qualquer atitude, só peço paciência. Eu tô mexendo na minha vida inteira pra encontrar um canto que seja só seu. Resta saber se você vai esperar eu me acertar ou não.

Pra ler ouvindo: Visconde – 6h34

Esta crônica faz parte do Music Experience