O Estamos em obras tem mais de quatro anos de existência. São quase 400 posts, cerca de 90 livros lidos e comentados, mais de 100 crônicas escritas, um colaborador fixo, um ebook  lançado, cerca de 100 visitas diárias e zero retorno financeiro. Esse é um breve panorama do blog neste início de 2014. Mas era isso que eu esperava a essa altura do campeonato?

Quando criei o Memórias de um Frango, há seis anos, não tinha pretensão de nada. Estava começando a faculdade de jornalismo e queria apenas um lugar para publicar os (poucos) textos ficcionais que escrevia. Foi quando me dei conta do potencial do Frango e, junto com ele, veio a vontade de escrever mais. Foi meu primeiro personagem fixo e minha primeira tentativa séria de fazer crônicas. Por um bom tempo, tive um público cativo, que me cobrava por textos novos, comentava e aumentava o número de visitas. Mas fui desanimando e decidi largar tudo no final de 2009 para começar outro blog do zero.

Pensando mais na minha futura carreira como jornalista, criei o Estamos em Obras. Se quisesse ser um profissional melhor, eu deveria escrever melhor, aumentar minha bagagem cultural, refletir sobre as coisas que eu via, ouvia, e lia. Com essa ideia na cabeça, o blog começou. Mais uma vez foi sem nenhuma pretensão e isso se reflete em como ele é hoje.

Nos dois primeiros anos, era só um lugar para colocar meus textos na internet, com poucas atualizações e ocupando um espaço secundário na minha vida. Mas, com o passar do tempo, entendi melhor qual o papel dele no meu futuro. Não que eu tenha chegado a uma resposta definitiva, mas, por enquanto, sigo experimentando.

Até porque, durante a mudança editorial que fiz em 2012, estabeleci que ele seria meu espaço para escrever e experimentar. Desde então, tenho seguido isso. Falei mais sobre livros, tentei formatos novos de crônicas, abordei assuntos que não estava acostumado, implementei novas seções, excluí outras, tentei outras formas diferentes de divulgação. Tudo para fazer deste blog parte integrante de mim.

E eu gosto do Estamos em Obras. Gosto deste espaço que criei e tenho muito orgulho de algumas coisas que publiquei. Este não é, e nunca vai ser, um blog que publica coisas sobre as polêmicas do momento. Também não terá textos bonitinhos sobre relacionamentos, tão em moda hoje. É um blog de literatura, com crônicas ficcionais e nem sempre com uma moral aceitável.   Por isso, tenho certeza que ele nunca vai estourar. Dificilmente vou ter um texto sendo republicado milhões de vezes no Facebook ou espalhado no Twitter. Não vou dizer que não acharia isso legal (porque eu acharia), mas não é a realidade do blog e eu preciso aceitar isso.

Minha atual pretensão é manter um crescimento orgânico e aumentar o engajamento das pessoas. Tentar trazer novos leitores e conservar os antigos com o aumento de qualidade do que é postado. Só isso. Para o futuro, sinceramente não sei o que vou fazer. Tenho planos de coisas novas, mas as estou gestando em ritmo lento. Quero treinar primeiro, fazer coisas menores antes de partir para algo maior. Ainda não me considero pronto para dar passos grandes. O blog também não está. Minha ideia é que ele cresça junto comigo, testando coisas aos poucos e progressivamente.

Enquanto isso, acho que a maior missão do blog é trazer um sorriso para o rosto de quem estiver lendo. Ou provocar um pensamento inesperado. Ou cativar essa pessoa de alguma forma. Escrevo pensando nos leitores. Cada frase que construo é pensando em como eles vão receber. E é para isso que o blog existe e vai continuar existindo.