Sob pressão do granjeiro, estou de volta para a segunda parte da Frangospectiva. Ele ameaçou me demitir se eu não escrevesse e como este ano até a Xuxa perdeu seu contrato com a Globo e o PVC saiu da ESPN, é melhor eu não bobear.
Falando em bobear, é bom ficar esperto quando se anda em Belo Horizonte. Minas Gerais pode estar mais poderosa do que nunca, mas é o único lugar do país em que você anda nas ruas e de repente pode ser esmagado por um viaduto. Inclusive a probabilidade disso acontecer está mais alta do que a Ebola chegar aqui no país. Como não temos estrutura para sediar dois grandes eventos ao mesmo tempo, é melhor ela nem vir atrapalhar as Olimpíadas.
Aliás, 2014 foi tão bizarro que a queda do viaduto foi o de menos. Depois de zilhões de tentativas, o Twitter finalmente matou o Bolaños, que preferiu morrer a perder a vida. Twitter, a propósito, que foi a grande fonte de informações mórbidas do ano, como as do Robin Williams e Gabriel García Márquez (outro que já tinha sofrido diversos atentados virtuais e sobrevivido). Até o Orkut injetou hidrogel e se rendeu a 2014. Nem a Mãe Dinah conseguiu prever a própria morte, então não sei a quem recorrer em 2015.
O que me resta é convocar Bird Jesus e Lord Helix pra me salvar, colocar no modo anarquia e guiar o próximo ano assim. Até porque 2014 foi tão aleatório que só uma grande partida colaborativa explica. Estados Unidos e Cuba saíram da terceira série e retomaram as conversas, uma freira venceu o The Voice, um robô pousou em um cometa, a Kim Kardashian quebrou a internet e um segurança gato foi a sensação do metrô de São Paulo. Se isso não for um ano aleatório, não sei mais o que é isso. Sem falar na Suzane Von Richthofen, que desencalhou e se casou com a ex-não-sei-o-que da assassina do Yoki. Ou algo assim.
Falando nesse assunto, a tradicional dona de casa ficou chocadíssima com o primeiro nem-tão-caliente-assim beijo gay na novela do Félix (porque não vou me dar ao trabalho de procurar o nome da novela). Eles mandaram um beijo pras gay e pras travesti, deixando todo mundo com cara de ( ͡° ͜ʖ ͡°) vendo eles beijarem outras bocas.
A propósito, se vazarem fotos nuas minhas pela internet, é mentira. Caso apareça meu rosto foi culpa do iCloud e eu não tenho nada a ver com isso. Se vocês curtirem podem me mandar inbox no Facebook ou nudes no Snapchat, mas nem venham falar mal de mim no Secret. Aliás, o Secret morreu ou foi pra Record? O sucesso foi tão passageiro que ele deve estar num grupo de reabilitação junto com o Flappy Bird e o 2048, que morreram tão rápido quanto.
Acho que a gente devia organizar um protesto contra isso. Ou não, já que protesto é muito 2013 e desde a morte do cinegrafista da Band ninguém mais quer ir às ruas para nada. Falta água em São Paulo e tá todo mundo de boa em casa. O máximo de ativismo permitido é jogar uns baldes de água gelada na cabeça ou mover para a esquerda no Tinder aquela gatinha que torce pro partido político oposto ao seu. O que dá pra fazer é um rolezinho, com todo mundo vestindo bermuda branca, uma camisa da Hollister, um óculos Juliet e um boné John John.
Enfim, já deu pra perceber o quão bizarro foi esse ano e eu nem falei que teve tigre comendo braço de menino no zoológico. Sei lá, do jeito que as coisas andam é melhor nem comentar isso, vai que eles gourmetizam a desgraça e transformam em um tigre de bengala albino siberiano. Com tanta desgraça junta, só quero que o Papa Chico interceda por mim e faça jus a essa fama de papa moderninho. Ou que a Malala venha prover a paz, sei lá. Só quero uma solução.
Agora chega de escrever. Junta todo mundo aqui pra uma selfie que eu vou postar no Instagram com a hashtag #NoFilter. Espera só eu arrumar meu pau na selfie… quer dizer, meu pau de selfie. Nunca torci tanto pros drones chegarem logo e automatizarem essas fotos. Enfim, prontos? Quero ver todo mundo dizendo bem bonito: “VAI SE FUDER 2014!”.
Ajuda, Lusiabo! Que todos tenham um feliz 2015!
Começou a escrever em 2008 para fugir de uma rotina massante no galinheiro e descobriu que era bom naquilo. Ou pelo menos achava que era, já que nunca conseguiu dar nenhum beijo na boca por seus textos. Dizem por aí que continua virgem, mas ele nega.