Eldest
Christopher Paolini
Publicado originalmente em 2005
Tradução: Heitor Pitombo e Laura Van Boekel Cheola
Quem leu minha crítica sobre Eragon pôde perceber que eu estava bem desanimado com a série, que só leria porque não queria deixar de lado depois de ter começado. Para minha surpresa, a leitura foi muito mais prazerosa do que imaginei.
Falei anteriormente que o ponto mais legal de Eragon era a história dos cavaleiros de dragão e, em Eldest, somos inseridos nesse contexto quando o Eragon começa o treinamento. Toda a relação de cumplicidade entre as mentes do Eragon e da Saphira chega a extremos nesse momento. E isso é um ponto mais do que positivo para o livro.
Só que, mais uma vez, o livro peca pelo extremo detalhismo. Vou voltar a Tolkien, já que essa é a inspiração do Paolini. Quando o autor de O senhor dos anéis está sendo detalhista, entendo. Principalmente porque as descrições exageradas são feitas no decorrer de uma viagem ou guerra. Paolini faz justamente o contrário.
Em questão de distâncias, o Eragon e sua companhia viajam mais em duas páginas do que a comitiva do Frodo em um livro inteiro. Para se ter ideia, Eragon já conseguiu rodar todo o mapa de Alagaësia umas três vezes nos dois livros.
Mas tirando esse detalhe, o livro tem vários méritos. Comparado com o antecessor, há uma evolução na escrita e a história prende pelo fato de estar acontecendo algo. Quando falo isso, não é no sentido de ação. Todo o treinamento de Eragon para se tornar um cavaleiro de dragão é baseado em uma mudança de comportamento e isso prendeu mais do que o primeiro volume inteiro.
Outra coisa interessante foi a mudança de foco de alguns capítulos. Em vez de ficar centrado no Eragon, muitas das partes se passam com seu primo Roran, lutando pela sobrevivência no vilarejo de Carvahall. Tenho que admitir que ficava muito puto quando isso rolava, porque estava concentrado em outro ponto na história. Mas preciso admitir que esses cortes funcionaram bem.
Pelo tamanho de Brisingr, o volume 3, sei que os problemas levantados aqui vão continuar. Também seu que ele não é o último da série, já que Paolini não conseguiu terminar em uma trilogia, como havia prometido. O próximo não vai sair tão cedo, então espero que o final do próximo não me deixe muito curioso. Odeio ficar curioso.
[SPOILER]No final somos apresentados para outro cavaleiro, além de uma revelação importante. Aliás, o Eragon é um franguinho. Tem que treinar muito para tentar chegar aos pés do irmão.
[/SPOILER]
Eldest
Christopher Paolini
Rocco, 2006 (originalmente em 2005)
644 páginas
Tradução: Heitor Pitombo e Laura Van Boekel Cheola
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.