Assassinato no Expresso do Oriente

Agatha Christie
Publicado em 1934
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Dos livros mais famosos de Agatha Christie, o mais conhecido talvez seja Assassinato no Expresso do Oriente. Pelo menos é isso que diz o Skoob, que traz a incrível marca de 32,5 mil pessoas que já leram, números superiores a qualquer outro livro da autora na rede social – e com folgas.

Antes de falar sobre o motivo de tanto sucesso, vamos para a história. Como o próprio título diz, o livro fala sobre o tal assassinato no Expresso do Oriente. Ele ocorre quando o trem de luxo, que ia de Istambul para Paris, fica preso por conta de uma nevasca. Pouco havia passado da meia noite quando Mr. Ratchett foi encontrado morto com 12 facadas e, o pior, a porta estava trancada por dentro.

Para o azar do assassino, quem estava na cabine ao lado era ninguém menos que Hercule Poirot, o maior detetive belga de todos os tempos. Ele logo começa a investigar o caso e percebe que tudo era muito mais confuso do que parecia, enfrentando problemas de toda ordem, como depoimentos dúbios, fatos que não se encaixam e um curto tempo para a resolução.

O toque de mestre é prender o detetive (e o leitor) em um só espaço, isolados do mundo. Sabemos que o culpado é alguém que ainda está no trem e temos acesso às mesmas informações que o Poirot teve para desvendar o caso. O trabalho só se complica porque, apesar de desconfiar de algumas pessoas, ele não pode investigar nada sobre elas. Como ele mesmo diz, “todos os caminhos normais foram cortados. Será que essa gente diz a verdade ou está mentindo? Não temos como saber. Tudo se resume em exercício mental”.

Como curiosidade: o livro se passa no trajeto verde. O trem fica parado em algum lugar entre Vincovci (Croácia) e Brod (República Tcheca)

É por isso que o livro é tão interessante. Não temos nada além dos depoimentos e de alguns detalhes da cena do crime para desvendarmos, junto com o Poirot, quem é o culpado. Em certo momento, inclusive, o detetive se mostra confuso com as informações que recebe e diz não saber como resolver o caso, já que todos possuem álibis para não terem matado Mr. Ratchett: “Claro que [este caso] me preocupa! Não consigo distinguir o princípio do fim…”, diz Poirot.

Poxa, se nem as células cinzentas do Poirot são capazes de desvendar o caso, quem sou eu para conseguir. O final é surpreendente e mostra que tudo estava na nossa cara o tempo inteiro, além de quebrar alguns conceitos preestabelecidos nas histórias de detetives. Obviamente não vou contar o final, mas a solução proposta pelo Poirot é muito competente ao respeitar toda a situação.

É por tudo isso, além da já conhecida capacidade de envolver o leitor que a Rainha do Crime possui, que Assassinato no Expresso do Oriente merece todas as glórias que costuma receber. Está, com certeza, entre os melhores livros que li da Agatha Christie. E olha que não foram poucos!

Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express)
Agatha Christie
Editora Nova Fronteira, 2010 (lançado originalmente em 1934)
223 páginas
Tradução: Archibaldo Figueira