American Pie é um daqueles filmes que dispensa apresentações. Todo mundo já deve ter ouvido falar dele alguma vez na vida, mesmo que indiretamente. As situações e piadas que foram feitas nos filmes já foram repetidas milhões de vezes em outros lugares por aí e ele serviu de base para muitos dos filmes que vemos hoje em dia.

O primeiro American Pie foi lançado há 10 anos e acompanhava quatro amigos que fizeram um pacto de perder a virgindade até a formatura. Era o começo de uma trilogia muito bem sucedida de filmes adolescentes. Sim, ela é bem sucedida. Mas os filmes são cheios de palavrões, de sexo, de situações politicamente incorretas e de humor pesado e apelativo, diriam os mais céticos. Mas era isso que os filmes propunham. E a trilogia fez isso com uma história que, mesmo não sendo tão original, marcou época.

Quando todo mundo já pensava que a história tinha acabado, eles resolvem produzir um quarto volume pra série. E um quinto, um sexto (todos diretamente em DVD): American Pie presents: Band Camp, American Pie presents: The Naked Mile e American Pie presents: Beta House. Os três seguem a história de algum membro da família Stifler. Mas qual era o problema disso?

O Stifler original foi o papel certo para o Seann Willian Scott. O que começava com um pequeno personagem no primeiro filme se tornou um dos (se não o) protagonistas em American Pie: o Casamento. O único ator que faz um Stifler aceitável é Steve Talley, que faz o chefão da Beta House em Naked Mile e Beta House. Mas e as histórias? Bem, elas são as mesmas de sempre, só que tiveram que apelar pra mais nudez e pra mais cenas non sense.

Então, na comemoração de 10 anos do primeiro filme, eles resolvem produzir mais uma sequência para a série. American pie presents: The Book of Love ficou nas mãos do roteirista David H. Steinberg, que escreveu o segundo filme da série. Essa entrada importante fez com que esse novo filme fosse (excluindo os outros dois da trilogia inicial) o que mais se aproximasse do filme de 1999.

Aquele poster padrão estilo American Pie

A história é basicamente a mesma: três adolescentes querem perder a virgindade e vão fazer de tudo para isso. A escola de East Great Falls, cenário do primeiro filme, está de volta e, com ela, a Bíblia. Mas antes vamos dar uma geral na história.

O garoto virgem principal da vez é Rob (Bug Hall, o Alfalfa, de Os Batutinhas… lembra dele?), que sonha em viver um romance com Heidi (Beth Behrs). O problema é que ele ficou amiguinho demais dela e não consegue falar que a ama. Então, ao participar de uma festa na qual pensa que finalmente vai conseguir avançar até a última base, ele a encontra na biblioteca com outro e acaba incendiando o lugar. O alarme é ativado e, com ele, a água. Tendo que consertar os estragos, ele encontra “The Bible”, aquela mesma do primeiro filme e que ensinou a técnica da Língua Tornado para Kevin (Thomas Ian Nicholas). Como foi Rob que destruiu o livro, ele pede ajuda aos amigos para reconstruir aquele pedaço de história.

Esse é um resumão da história. O roteiro é bem simples, mas eficaz. É como falei, é o filme que mais se aproxima do primeiro, então pode ser considerado o melhor da pós-trilogia. E não é só na história, mas também na elaboração dos personagens. Tanto os masculinos quanto os femininos são bem explorados, trazendo um pouco de como eles tratam os assuntos e como vêm o sexo.

Com isso em mãos, as atuações conseguem ser, em geral, convincentes. Bug Hall traz um Rob realista, assim como as meninas Beth (no papel de Heidi), Melanie Papalia (Dana, namorada de Kevin) e Jennifer Holland (Ashley, a líder de torcida). Os amigos de Rob, quer seja por culpa do roteiro ou da direção (realizada por John Putch, com algumas séries e filmes menores no currículo), acabam tomando rumos estranhos.

Começando por Nathan (Kevin M. Horton), que traz um romance muito semelhante ao seu xará da saga inicial. Sua namorada não quer transar e ele tenta fazer de tudo para conseguir, mas por vezes fazendo um personagem um tanto quanto caricato. Já Lube (Brandon Hardesty, muito conhecido no YouTube) é o típico papel esterotipado do gordo. Suas cenas na imaginação são responsáveis pelos momentos que mais desvirtuam o filme. Mas são as mais sexys.

Falta falar de um dos personagens mais prejudicados pelo roteiro e pela atuação. O novo “Stifler” consegue ser o pior de todas as edições da série American Pie. Ao tentar copiar demais o jeito de Seann Willian Scott, John Patrick faz um Scott Stifler que consegue estragar tudo que já foi feito pela família do personagem.

Ah, e Eugene Levy faz sua tradicional participação como o fundador d’A Bíblia. Ele continua o pai do Jim e continua na mesma de sempre. Acho que ultimamente ele só vai nos filmes pra constar mesmo.

Mas um dos pontos altos de todo American Pie é a trilha sonora. Ela foi um dos “personagens” de grande destaque na trilogia inicial e volta nesse filme com força total. Nomes como Nickelback, Katy Perry, Fall Out Boys e Cobra Starship atingem diretamente o público do filme e se casam muito bem com o clima apresentado. Aliás, a trilha sonora é a principal coisa que sustenta os primeiros minutos do filme, com a ótima Oh Yeah, do Yello.

Concluindo…
Sou suspeito para falar porque American Pie sempre foi meu guilty pleasure favorito, inclusive os três filmes lançados depois. Mas The Book of Love é uma comédia que conseguiu me fazer rir. Não é daqueles filmes que você precisa ter na sua estante e mostrar orgulhoso, mas vale ir à locadora, pegar o filme e dar uma conferida. Sem preconceitos.

Classificação
Em vez de faze um esquema de estrelinhas, vou usar uma escala bem ao estilo desciclopédia que O Frango já chegou a usar no blog dele para demonstrar o nível de frangagem do protagonista do longa.

Tudo começa com o nível 0, representado por nada mais nada menos que Zé Mayer! O cara é simplesmente o oposto de um frango. Até nessa última novela (A Favorita), que ele tava destruído, ele conseguiu pegar três de acordo com as minhas contas (Juliana Paes, Cláudia Raia e Giulia Gam). Agora que ele o galã de novo (Viver a Vida) ele já pegou três. É a vida, né?

Na outra ponta temos Edward Cullen, o “todo-perfeitinho” da série Crepúsculo. Mas de que adianta ser bonitinho se é no final de tudo é simplesmente incapaz de beijar a mocinha? Só uma palavra pra descrevê-lo: FRANGO!

Então vamos à classificação de frangagem de Rob, de American Pie presents: The Book of Love…

A Heidi tem que chamar ele na xinxa; quando está para transar com outra menina, desmaia; mas no final ele consegue o objetivo. Um sete tá de bom tamanho pra tamanha frangagem.