Seja nas arquibancadas, nos bares, na televisão ou nas conversas de elevador, a frase mais dita pelos atleticanos na última semana é “EU ACREDITO!!!”. Assim mesmo, em maiúsculas e com várias exclamações. Experimente ouvir um torcedor alvinegro dizer, com brilho nos olhos, que ACREDITA! e depois me diga se você se arrepiou ou não. Se você gosta de futebol, já adianto que a resposta é “sim”.
O “EU ACREDITO!!!” não é só mais um canto para apoiar os jogadores. É o grito dos atleticanos que, por décadas, sonharam com um título importante. É a fé daqueles que torceram por times medíocres e nunca deixaram de apoiar. É a esperança de que, dessa vez, tudo vai ser diferente e os deuses do futebol finalmente olharão para nosso sofrimento.
Na história recente, essa não é a primeira vez que o “EU ACREDITO!!!” é cantado pela torcida do Galo. Já o vi sendo usado para reverter placares adversos, para empurrar na busca por títulos e, até mesmo, na luta contra o rebaixamento. E não é a toa que ele está sempre presente. Dentre todas as torcidas nacionais, a Massa é conhecida por acreditar e por apoiar o time nos piores momentos. A imortalizada camisa 12 mostra isso.
Um dos grandes atleticanos de nosso tempo, Roberto Drummond, transmitiu o espírito do “EU ACREDITO!!!” na célebre frase da camisa branca e preta no varal durante uma tempestade. Mesmo na situação mais adversa, o atleticano ACREDITA e torce contra o vento. E depois de tudo que aconteceu nessa Libertadores, não é agora que vamos parar de ACREDITAR.
Após uma fase de grupos impecável, o Galo virou um jogo complicado em São Paulo. Viu um pênalti ser marcado contra sua meta no último minuto de uma quartas-de-final. Aguentou até o último pênalti na semifinal. Em todos os casos, saíamos vitoriosos. Agora o time poderia ter saído com uma derrota simples do Paraguai e se complicou. “EU ACREDITO!!!”, dizem os atleticanos. O time deu razões para ACREDITAR. O torcedor entendeu o recado e vai junto.
Não vamos ser simplistas e falar que o Galo vai vencer fácil o Olímpia. Não vai. E pode até perder o título. Isso são coisas que acontecem e precisamos estar preparados. A única coisa que sabemos com certeza é que, na final, a tempestade se tornou um furacão. A camisa branca e preta está quase sendo levada do varal. E, apesar de tudo, continuaremos torcendo contra o vento.
EU ACREDITO!!! E que ele saia derrotado mais uma vez.
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.