Se já é o terceiro ano consecutivo fazendo esta lista, então posso considerar como uma tradição do blog. E é uma tradição super bem-vinda, pois poucas coisas foram tão constantes neste ano de pandemia quanto a presença da música no meu dia a dia. Trancado em casa e trabalhando sozinho em 99% do tempo, o Spotify foi minha companhia mais prazerosa.
Não por acaso, 2020 foi o ano que meu Last.fm registrou o maior número de músicas ouvidas na série histórica, que vem desde 2008. Até o momento em que escrevo este post – em 22 de dezembro –, foram 38.105 canções ouvidas contra 36.592 de 2019, antigo detentor do recorde. Ou seja, uma incrível média de 106 músicas por dia.
Além disso, fiz uma coisa muito legal neste fim de ano. Pedi aos meus amigos e seguidores do Twitter para enviar as playlists deles com as músicas mais ouvidas em 2020 e tenho me dedicado a ouvi-las ao longo de todo o mês. Até o momento já foram 16 das 21 playlists enviadas e tem sido uma experiência incrível. Se quiserem fazer essa experiência, fiz uma thread com todas elas.
E vale lembrar que todos os ranking abaixo foram tirados do meu perfil no Last.fm. Como ele é integrado ao Spotify, acho os resultados bem próximos à realidade. Dito isso, vamos às listas:
Artistas mais ouvidos
Em comparação com a lista do ano passado, quatro novos artistas entraram no meu top 10, que também teve mudanças importantes nas posições. A principal delas está na cabeça do ranking, com a liderança do Mc Livinho. A que atribuo a subida dele da 5ª para a 1ª posição? Não tenho a mínima ideia, mas sigo gostando demais de ouvir Hoje eu vou parar na Gaiola, Fazer falta e Cheia de marra, por exemplo.
Quem também subiu no ranking foi o Braza, invertendo a posição com a Fresno. Se não fosse a pandemia, tenho certeza que os cariocas teriam lançado um álbum de inéditas, mas enquanto isso sigo ouvindo as antigas como Segue o baile, Normal e Embrasa. Já na Fresno voltei para algumas antigas, tanto que as mais ouvidas foram Alguém que te faz sorrir, Cada poça dessa rua tem um pouco das minhas lágrimas e aquela que considero a minha preferida da banda no momento, Onde fica a estrela.
Para completar os artistas que ficaram na lista, Calle 13 caiu uma posição, mas sigo ouvindo religiosamente todos os álbuns; Panic! at the disco foi da 1ª para a 7ª posição, mantendo o álbum Pray for the wicked como o meu mais ouvido da banda e The Beatles continuou em 10º, mostrando que eles entraram de forma orgânica na minha vida depois de muito tempo renegando ouvi-los.
Com relação às novidades, o grande destaque é a presença do Emicida. Você verá mais abaixo que AmarElo foi um dos meus álbuns mais ouvidos do ano, então é normal ele estar em 4º no ranking. Gosto de absolutamente todas as canções desse álbum, que embalou muitas das minhas idas pra São Paulo no início do ano, quando ainda era permitido viajar por aí sem medo. Não por acaso, Cananéia, Iguape e Ilha Comprida, Ordem natural das coisas e Principia foram as minhas três músicas mais ouvidas dele.
Outras novidades são a presença de daBossa e Djonga na lista. O primeiro é um projeto do Danilo Cutrim, do Braza, e do violonista Jean Charnaux para trazer ao mundo músicas inspiradas nas clássicas canções da Bossa Nova e do samba. Fiquei encantado com a premissa e ouvi bastante Pensa Bem (minha música mais ouvida do ano, como você verá abaixo), Celebrar e Lábia. Já o Djonga não é supresa nenhuma estar nessa lista. Não escondo minha admiração pelo rapper belorizontino – e atleticano – e o lançamento do álbum Histórias da minha área só aumentou isso. Tanto que minhas músicas mais ouvidas do Djonga são dele, O cara de óculos, Não sei rezar e Todo errado (uma das minhas preferidas).
Para finalizar, a última banda não é bem uma novidade, já que Maroon 5 é a terceira mais ouvida da história do meu Last.fm – embora tenha ficado de fora do meu top 10 nos últimos dois anos. Songs about Jane segue como meu álbum preferido deles, mas a única música dele que entrou no top 3 desse ano foi a clássica This love. Além dela, também ouvi bastante Memories e Sugar.
Músicas mais ouvidas
Como adiantei quando falei de daBossa ali em cima, Pensa bem foi a música mais ouvida do meu ano e consigo reconhecer isso, já que toda vez que eu tava meio para baixo colocava ela para tocar e me animar um pouco enquanto cantava. Da mesma forma, não me surpreende ter Segue o baile e Normal, do Braza, já que foi uma minhas bandas mais ouvidas do ano. O resto da lista é que é um completo mistério para mim.
Seis das sete músicas vieram diretamente das mais tocadas no mundo este ano e no ano passado. Acredito que minha mania de ficar ouvindo playlists aleatórias tenha contribuído para elas aparecerem na minha lista, pois elas acabavam se repetindo em muitas delas. Isso é tão verdade que consigo reconhecer as músicas assim que elas começam, mas não tinha a mínima ideia do nome ou do artista de algumas delas, já que elas só tocam. Foi o que aconteceu, por exemplo, com Dance monkeys e Blinding lights.
As demais eu até conhecia os artistas e as músicas, mas não foi um movimento voluntário de procurá-las para ouvir. Don’t start now é uma que até sei a letra por osmose, Señorita eu gosto genuinamente e acho sexy, 7 rings é um hino da Ariana Grande e I like it é divertidíssima. Mas o que mais me surpreendeu foi ver Vem me satisfazer no top 10. É uma canção que aprecio bastante, bem na vibe dos funks 150 bpm, mas achei que tinha ouvido ela menos. Foi uma grata surpresa, na verdade.
Álbuns mais ouvidos
Quem me acompanha em qualquer rede social sabe o quanto sou apaixonado com o musical Hamilton há anos. O lançamento da peça no Disney+ só aumentou minha empolgação, então é normal ter o álbum quatro vezes nesta lista – mesmo que seja porque o Last.fm não consegue indexá-los direito, era para ter só dois. Isso sem falar que o Lin-Manuel Miranda e o Leslie Odom Jr. (interpretes do Hamilton e do Aaron Burr) foram o 11º e o 12º artistas mais ouvidos. Ou seja, faz sentido.
Além disso, os álbuns do Braza, Emicida, Djonga e daBossa são apenas um reflexo dos artistas mais ouvidos. Uma coisa, porém, me deixou muito surpeso: a trilha sonora de Moana tocada 207 vezes ao longo do meu ano. Ok, confesso que gosto muito dela – tanto a parte instrumental quanto a cantada. Atribuo isso ao fator Lin-Manuel Miranda, mas não posso ter certeza. Só sei que Moana tem crescido dentro de mim e de tornado uma das minhas trilhas Disney favoritas de todos os tempos.
Anos anteriores
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.