Pra mim, as Gilmore Girls do título nunca foram apenas duas, mas sim três. Lorelai, Rory e Emily Gilmore.

Lorelai Gilmore engravidou aos 16 anos, saiu da casa dos pais e foi morar em uma pousada, graças à ajuda da dona. Começou a trabalhar lá mesmo e criou a filha no maior esquema de cumplicidade possível, transformando…

Rory Gilmore em sua melhor amiga. É pelo crescimento de Rory que vemos o andar dos anos em Gilmore Girls, pois tudo começa com a entrada dela na escola de Chilton e tudo termina com a formatura em Yale. Acompanhamos o primeiro beijo, a primeira noite de sexo, os medos nas formaturas e na vida. E acompanhamos o importante elemento de união que Rory foi com Lorelai e…

Emily Gilmore, avó da menina e mãe de Lorelai. Formada em história por Yale, não exerceu a profissão para se dedicar ao cargo de esposa. Se Richard é quem gerencia o dinheiro dos Gilmore, Emily é a relações públicas do casal. Ela é responsável por garantir a imagem respeitável de sua família, dedicando dias a organizar agendas, jantares e recepções.

São essas três que ditam as regras dentro de Gilmore Girls e não há o que discutir quanto a isso. Lorelai fugiu de casa porque não aguentava a pressão social feita por seus pais – ter engravidado e não querer se casar com o Christopher foi só a gota d’água. Desde então, a relação entre Emily e Lorelai foi conturbada, para dizer o mínimo.

Isso só começa a mudar no episódio piloto, que conta como Lorelai teve que ir até a casa dos pais para pedir dinheiro para que Rory cursasse Chilton, uma das melhores escolas locais. E, com o empréstimo do dinheiro, começa a relação das três garotas Gilmore e os famosos friday night dinners.

O que se vê a partir de então é Emily tentando manter as meninas em sua vida, Lorelai tendo que se adaptar às costantes mudanças e paixões, e Rory passando por uma fase de intensas dúvidas sobre o mundo.

É impossível não se apaixonar por Lorelai desde o primeiro momento, quando ela pede café pro Luke e dá um toco em um cara que a cantava. Lorelai é enérgica, impulsiva. Deixa qualquer um sem argumentos durante a conversa por não dar espaço para a pessoa falar, sempre com uma resposta na ponta da língua.

Rory começa a série como uma garota segura e inteligentíssima, mas que ainda não experimentou nada da vida. Vemos o quanto ela foi desajeitada a viver o primeiro amor, soltando um “obrigado” ao final do primeiro beijo. Aos poucos cresce, em meio às responsabilidades no colégio/universidade, aos seus relacionamentos e amizades. Passou momentos de insegurança, abandonou tudo, voltou, virou editora do Yale Daily News e amou. No final, apenas o bom voyage e o gostinho de que a vida dela foi muito boa nos sete anos que acompanhamos.

Emily é durona. Nenhuma empregada resiste em sua casa mais de um episódio porque ela sempre encontra algum detalhe para demiti-la. É a esposa e o braço direito de Richard Gilmore, tanto na vida pessoal quanto nas relações de trabalho. Quando tudo vai mal, recorre às compras para desestressar, pensando até mesmo em comprar um avião. Sua maior luta durante todo o seriado é para construir uma relação com a filha, coisa que nunca teve.

Essas são as Gilmore Girls e é difícil não se encantar quando as três estão juntas. Por isso os friday night dinners são tão importantes para a série. É lá que elas se encontram e colocam os assuntos em dia. Ou brigam. Ou riem juntas. Varia com o humor. E é muito por essas três que Gilmore Girls é um grande seriado.

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Breve comentário sobre a segunda temporada

O Jess é a alma da segunda temporada. Ele faz com que o Dean caia na real e perceba que é um nada, além de trazer um ótimo gancho para o final da temporada. O casamento da Sookie traz à tona mais uma vez a decepção amorosa de Lorelai, que investiu a temporada inteira em Max Medina e vê tudo se esvair pelo Christopher. Sempre ele, inclusive. É uma temporada melhor que a primeira, mas ainda não é “A” temporada. Estamos quase chegando nela, inclusive.