É Campeão!
Tudo ia muito bem. No último domingo, vitória forte e com um futebol que agradava. A vantagem do empate tinha sido revertida, mas o torcedor já era calejado com o time e pensou: “Essa vitória não significa nada… precisamos vencer”.
É Campeão!
Os últimos 90 minutos começaram para os mineiros. Em Sete Lagoas, o Cruzeiro prendia o Atlético em seu campo de defesa, mas nada acontecia. Com o coração na mão, os atleticanos torciam. Torciam para encaixar um contra golpe. Torciam para o Renan Ribeiro defender cada chute que era disparado rumo ao gol. Torciam pro tempo andar mais rápido. Torciam para simplesmente acabar como estava.
É Campeão!
A torcida celeste que estava na Arena do Jacaré empurrava o time, mas parecia que lá era o único lugar em que ela estava. Nas ruas e nas redes sociais, só atleticanos se manifestavam. Angustiados. O intervalo foi o refresco que todo mundo precisava. “Agora o Dorival vai dar uma chacoalhada no time”, pensei.
É Campeão!
Com o Cruzeiro precisando da vitória, o segundo tempo foi mais aberto. E a melhor chance de gol foi do time atleticano, que deixou Magno Alves cara a cara com o Fábio. O veterano não marcou e o time celeste foi pra cima. Foi o tempo de todo mundo soltar um sonoro “Puta que pariu, Magno Alves” e o Cruzeiro fez um gol.
É Campeão!
Parecia que aquele time meio apático conseguiroa segurar o empate até o final. O gol destruiu as ilusões. E, por tudo que já havia sido apresentado no jogo, era impossível acreditar no poder de reação do alvinegro. Não daria mais. Só restava aos cruzeirenses finalmente se manifestarem. Após 75 minutos de jogo, o gol veio como uma explosão para os cruzeirenses que até então estavam calados.
É Campeão!
O jogo já estava decidido ali, mas ainda deu tempo de mais um gol azul, só pra fechar a conta. Um Cruzeiro longe da genialidade que apresentou na fase de grupo da Libertadores. Um Atlético apático que só pensava em segurar o adversário. Um título conquistado numa duríssima batalha. Cruzeirenses comemorando com os fogos comprados pra libertadores. Provavelmente o único título do ano em disputa para os dois times. E só um conseguiu comemorar.
É campeão!
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.