Em 2000, peguei meu primeiro livro do Harry Potter para ler. Eu faria 11 anos em alguns meses, mesma idade do protagonista. Já haviam sido lançados os três volumes iniciais no Brasil e o quarto chegaria no ano seguinte. O quinto, sexto e sétimo demoraram um pouco mais, o que fez com que, no final, a idade do Harry coincidisse com a minha.

Acompanhei a história ao longo de sete anos. Eu e milhões de fãs espalhados pelo mundo inteiro, inclusive. Frequentava as comunidades do Orkut para especular o que aconteceria no livro seguinte, discutia com as pessoas as possíveis teorias e me socializava com uma galera que também viveu esse momento na história da literatura.

Sim, porque o lançamento dos livros impactou o panorama da literatura mundial. Isso é impossível de negar. Desde o final da série, as editoras buscam sem sucesso o novo Harry Potter. A literatura fantástica entrou em foco outra vez. Um sem número de leitores se formou porque leu A Pedra Filosofal e não parou mais.

Harry Potter foi uma obra que caracterizou a geração 00, assim como Star Wars foi a da geração de 70/80. Ainda é muito cedo para falar qualquer coisa, porque precisamos de um distanciamento histórico para isso. Só saberemos o real impacto do bruxinho na cultura pop quando a geração que viveu com os livros chegar, de fato, ao mercado de trabalho. E, mais, quando ela começar a ocupar os cargos de liderança.

As pessoas nascidas na segunda metade da década de 80 e no início da de 90 tiveram uma experiência diferente com os livros. São essas pessoas que levarão o legado dos livros, e me incluo nessa categoria. É por isso que Harry Potter é, no fim de tudo, uma série sobre uma geração de jovens.

Valeu galera. De coração – Retirado deste Deviantart