As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei
As brigas que perdi
Essas sim
Eu nunca esqueci
Pato Fu – Perdendo os dentes
O ano de 2011 foi uma bosta. Não escolhi “Perdendo os dentes” para abrir esse texto à toa. Cada uma das minhas pequenas vitórias veio acompanhada de um gigantesco MAS. Todas as escolhas tiveram um PORÉM. A cada passo tinha alguém pra me jogar na cara o quanto achava aquilo errado.
Por causa disso, me frustrei muito. Logo no início do ano tive que assumir responsabilidades que não queria assumir. Passei muitas noites mal dormidas e, em troca, recebia xingamentos e caras feias o dia inteiro. Me esforcei para tocar tudo que precisava fazer da melhor forma possível. Nenhum esforço foi reconhecido.
Quando essa primeira parte acabou, praticamente me excluí do mundo, em um estágio que até era bacana, mas (olha o grande MAS aí) me consumiu e me privou de fazer o que era minha obrigação de fato. Quando decidi chutar tudo e dedicar ao que realmente importava, veio um balde de água fria e tudo ficou nublado, ameaçando chover.
Comecei a rever tudo que tinha feito durante o ano. Começou a passar um filme na minha frente, como fantasmas me acusando. Sou muito crítico comigo mesmo e ver esses erros me rodando foi terrível. Fiquei mal por um bom tempo e, com isso, já estava chegando o final de ano.
Vocês devem ter percebido que novembro e dezembro foram os meses que mais postei aqui no blog. Escrever era a minha forma de extravasar qualquer sentimento ruim, de colocar para fora a sensação de impotência que estava sentindo. E quem me conhece sabe que essa impotência diante de algumas situações banais me corrói muito por dentro e me deixa péssimo.
Quem me conhece também sabe que sou bem travado com relação a sentimentos. Foi um ano conturbado e dificilmente externalizei isso para outras pessoas. Para quem via de fora parecia que estava tudo bem, mas não estava. São poucos os que sabem realmente cada perrengue e cada momento de baixa que tive durante o ano. A essas pessoas, queria agradecer os momentos que me ouviram, que conversaram comigo e que nós pudemos compartilhar o que sentíamos.
Queria agradecer também as pessoas que em vários momentos pontuais me animaram, mesmo sem saber que eu estava mal. Foram encontros por acaso no meio da rua, almoços, jantares, saídas, conversas no carro, na grama da Federal, jogos de vídeo-game, enfim, são pessoas por quem tenho um carinho gigantesco e vou sempre manter perto de mim. Não vou citar nominalmente ninguém, porque foram muitas pessoas mesmo. Amigos de velha data, amigos recentes, amigos do CEFET, UFMG, MEJ. Se você acha que a carapuça serve para você, então se sinta abraçado por mim. Você merece todo meu carinho.
Mas como sei que a única pessoa que podia lidar com tudo isso era eu mesmo, procurei forças dentro de mim. Passei um tempo colocando a cabeça no lugar e pensando no futuro. Dezembro veio com um sopro de esperança, com um plano definido para 2012 e uma chama acesa, uma esperança de fazer muita coisa diferente ano que vem.
Daqui três dias estou saindo em uma viagem que tem tudo para ser muito foda digdim digdim, com três dos meus melhores amigos. É a maneira perfeita de exorcizar 2011 e fazer 2012 chegar chutando bundas e deixando para trás tudo de ruim que aconteceu.
Que seja um ano totalmente excelente. Para todos nós!
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.