Hoje é o dia da troca de gestão da Brasil Júnior e, com isso, também é o fim da minha última ligação com o Movimento Empresa Júnior. Para os leitores que nunca ouviram falar nesse assunto, cabe uma pequena explicação aqui.

O Movimento Empresa Júnior, ou MEJ, é uma das agremiações estudantis mais organizados do país. Ele é formado por empresas juniores de todas as partes do Brasil, que possuem como principal objetivo ser o primeiro contato de estudantes universitários com o mercado de trabalho, possibilitando a formação de jovens que se preocupam com a transformação do mundo.

Minha história com o MEJ começou no início de 2009, quando entrei na CRIA UFMG Comunicação Júnior. No início, pensei que seria só mais um estágio voluntário em que aprenderia um pouco sobre jornalismo e poderia ter meu primeiro contato com clientes reais. Como tenho quase doutorado em estágios voluntários, fui como se fosse apenas mais um. Juro que não estava preparado para a intensidade com que vivi esse ambiente.

Minha primeira CRIA. Minha primeira gestão.

Logo que entrei na CRIA, conheci o tal Movimento Empresa Júnior. Minha primeira experiência foi em uma reunião do Núcleo UFMG Jr. (reunião das empresas juniores da UFMG), com mais seis pessoas de cursos avulsos (Administração, Biologia, Psicologia, Sistema de Informação e Engenharia Elétrica) para discussão do estatuto.

Eu tinha acabado de entrar na empresa e não sabia porra nenhuma do que estava rolando. Mal sabia o que era um estatuto e pra que ele servia. Mas nessa primeira reunião, os então diretores do Núcleo começaram a pedir opinião para todos. Pediram a minha opinião e me ouviram. Eu, um reles trainee recém efetivado na empresa. E algumas coisas que falei faziam sentido e eles incorporaram no estatuto. Foi aí que percebi que aquele negócio de MEJ tinha mais potencial do que eu imaginava.

Isso foi há três anos e, desde então, muita coisa aconteceu. A CRIA foi minha escola e casa, onde aprendi mais do que jornalismo. Aprendi a administrar uma empresa e lidar com pessoas. Quando aquele moleque que entrou na UFMG com um foco previamente definido imaginou que se desencaminharia e seria presidente de uma empresa aos 21 anos? E por duas vezes ainda?

Minha última CRIA, saindo da presidência.

Foi na CRIA que tive oportunidade de trabalhar com muita gente sensacional. Fiz alguns excelentes amigos, conheci pessoas que indicaria para trabalhar em qualquer lugar de olhos fechados. Mas não foram só flores. Levei muito soco na cara, tive vontade de desistir e chutar tudo para o ar algumas horas. Precisei aprender com meus defeitos, errei mais vezes do que gostaria e cresci. Quem me conhece de fato sabia o tanto que gosto de um feedback negativo, porque é com eles que parava para pensar. Tive a experiência única de gerenciar quase 30 pessoas, contornar muitas crises e aproveitar os momentos de sucesso. Foi fenomenal.

E se tivesse ficado só na CRIA, a experiência não teria valido 10% do que foi. Quando participei daquela primeira reunião do Núcleo, decidi que não pararia. Logo no primeiro mês de CRIA houve o Encontro Nacional de Empresas Juniores em BH. Contar o que foi o evento não tem graça, só estando lá para sentir o que senti. Quando entrei no auditório principal e vi 1.200 jovens universitários do Brasil inteiro assistindo a palestras até 10 da noite, não acreditei. Eram essas mesmas pessoas que te paravam nos corredores e conversavam com você para ouvir sobre novas práticas para suas empresas. E os mesmos que estavam aproveitando a festa à noite e acordados no dia seguinte, às 8 da manhã para uma nova rodada de palestras.

Aquilo mexeu comigo de tal forma que decidi participar de forma mais efetiva daquele troço. Foi quando passei a atuar mais ativamente tanto do Núcleo quanto da FEJEMG (Federação de Empresas Juniores de Minas Gerais). Por causa deles, aprendi coisas que tenho certeza que a faculdade de Comunicação Social nunca me daria. A convivência com pessoas de outros cursos, outras cidades e até de outros estados me possibilitou ver diversas realidades, abrir minha cabeça, enxergar a universidade de outra forma, assim como tudo aquilo que a gente faz na empresa júnior.

Família FEJEMG, em sua pose já clássica

E enfim decidi me arriscar na Brasil Júnior, a confederação nacional de empresas juniores. E estar no time de pessoas que ajuda a guiar o MEJ nacional é algo sensacional. Como profissional de comunicação, quero trabalhar em algo de influencia nacional porque sei o tesão que isso dá, a vontade de fazer seu melhor porque tem muita gente que depende do seu trabalho.

Nessas três instâncias, conheci muita gente boa de serviço, que superava todas as expectativas apesar de fazer milhões de outras coisas. São pessoas que tenho certeza que serão excelentes profissionais, independente da área que eles escolherem.

Outras dessas pessoas se tornaram amigos, que estiveram desde o início da minha história no Movimento, que “cresceram” junto comigo e hoje sei que posso partilhar excelentes momentos perto delas. Outros foram surgindo aos poucos, a cada novo caminho que trilhava, mas todos viraram amigos.

Essas foram as pessoas que estiveram a frente do MEJ em 2011

São situações bestas como sentar na porta da empresa e dividir uma Fanta, mendigar uma carona (seja para o ponto de ônibus ou para outra cidade), ligar e perguntar se a pessoa tá bobeira e quer tomar um açaí e conversar à toa. Pequenos momentos que acrescentam muito à toda aprendizagem que tive no MEJ.

Mas como falei no início do texto, hoje é dia de colocar um ponto final nessa história. Com a passagem pelo MEJ, aprendi muito mais do que um simples estudante de comunicação que tenha passado por qualquer um dos outros estágios disponíveis no curso. E queria agradecer por tudo. Obrigado MEJ e obrigado a cada um que fez esses três anos serem, entre altos e baixos, sensacionais.

E um abraço especial àqueles que foram mais próximos de mim. A gente se encontra em breve, não em uma mesa de negócios como a galera da UCJ costuma falar, mas em uma mesa de bar mesmo!