Ano passado fiz a minha primeira retrospectiva musical e tomei gosto pela coisa, então cá estou de novo para falar o que mais ouvi ao longo do ano.
Como comentei no último texto, a música é o plano de fundo para tudo que estou fazendo. É uma forma de me desconectar do mundo ao meu redor e concentrar no que realmente preciso. Sigo como um grande amador nessa área e assim quero permanecer, apenas ouvindo minhas canções sem preocupação.
Todos os ranking abaixo foram tirados do meu perfil no Last.fm, que mantenho desde 2008. Ele é integrado com o Spotify, então considero os resultados bem acurados, de acordo com meu dia a dia. Dito isso, vamos às listas:
Artistas mais ouvidos
Em um ano de recordes, o número de artistas ouvidos bateu os 6 mil pela primeira vez. Também aumentou o número de vezes em que ouvi a mesma banda, passando de 361 para 558 na primeira colocação. Isso é bastante coisa para mim, que não tenho o padrão de ficar ouvindo a mesma coisa por um tempo longo. Se compararmos com 2018, por exemplo, os seis primeiros colocados deste ano seriam líderes naquela lista.
Panic! at the disco pulou para a primeira colocação porque ouvi o álbum mais recente deles (Pray for the wicked) de forma compulsiva. Músicas como High hopes, (Fuck a) silver lining e Say amen (saturday night) tocaram bastante nos meus ouvidos, sendo mantras matinais de animação.
A segunda posição foi mantida pela Fresno, que lançou o excelente Sua alegria foi cancelada em 2019. Não é por acaso que este foi o álbum deles que mais ouvi nesse período, seguido de perto pelo já clássico Redenção. We’ll fight together, O arrocha mais triste do mundo e Isso não é um teste foram os grandes destaques para mim.
Uma das novidades da lista é o Braza, banda derivada do Forfun. Este ano fui a um show deles pela primeira vez e, com certeza, isso influenciou a minha lista. Sem contar que uma música deles (Segue o baile) tem a frase que melhor me define: “Escrevo porque não tenho o dom do freestyle”. Também merecem uma menção especial as canções Ande e Ela me chamou para dançar um ragga.
Os próximos quatro já dei bastante destaque no ano passado, mas vale falar que eles continuam nos meus ouvidos. Calle 13 segue como meu espanhol diário nos ouvidos. O Mc Pedrinho é meu mc nem tão mais infantil favorito. O Mc Livinho, que entrou na onda do 150 bpm, deixou meus dias um pouco mais animados. E o Belchior segue embalando meus momentos mais melancólicos e mais latino-americanos.
Os outros três artistas que completam o top 10 são novidades. O Jão foi responsável por eu passar vergonha nas ruas do bairro enquanto andava e cantava músicas como Me beija com raiva, Vou morrer sozinho e Imaturo. O Mc Kevin, o Chris me levou para as batidas 150 bpm e me fez danças na rua ao som do Medley da Gaiola, Evoluiu e Vamos pra gaiola. A última banda são os Beatles, que dispensam apresentações. Eu queria destacar apenas a minha música favorita deles, Something, que acho uma das declarações de amor mais honestas já feitas.
Músicas mais ouvidas
O Last.fm contabilizou 15,4 mil músicas este ano, cerca de 2 mil a mais do que em 2018 – que ostentava o recorde até então. Com isso, não há uma predominância aparente de uma música, mas muitas dentro de um espectro de 30 a 40 ouvidas ao longo do ano.
Algumas delas já falei ali em cima, como é o caso de Hoje eu vou parar na gaiola, Medley da gaiola, Ande, Me beija com raiva e Ela me chamou para dançar um ragga. O Dennis DJ também marcou presença com duas canções (Ninguém conta pra ninguém e Só você), graças às playlists de funk que sempre ouço. Señorita foi outra música que me pegou pelo pescoço, deu uma fungada sexy e me fez ouvir de forma ininterrupta até aprender a letra. Washington by your side é a cota do musical Hamilton deste ano, coisa que não pode faltar. E não tenho a mínima ideia de como Gives you hell foi parar ali, mas faz sentido com algumas playlists que ouço com frequência.
Álbuns mais ouvidos
Não há absolutamente nenhuma surpresa nessa lista quando se analisa os artistas que mais ouvi e as músicas mais tocadas. A mixtape de Hamilton aparece duas vezes por um simples erro de contagem do Lats.fm, que deveria ter colocado tudo junto. Os dois álbuns do Braza estão lá no topo porque são os únicos que eles lançaram até agora (chega logo, 2020!). Panic! at the disco com dois álbuns e Calle 13 com mais dois também não é estranho. E Alucinação e Lobos estarem na lista condiz com o que mais ouvi.
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.