Mais um ano em que começo a escrever a redenção meio contrariado. Apesar do cenário político armado ser uma bomba prestes a explodir, comigo vai tudo bem. É ruim ter esse sentimento quando as coisas ao seu redor parecem estar desmoronando, mas estou genuinamente tranquilo. Deixei isso claro quando escrevi o exorcismo deste ano e queria reforçar aqui. Apesar de alguns surtos, 2018 foi um bom ano para mim.
Então, por que fazer esse texto? Primeiro, porque tenho bastante a agradecer. Se o caos político foi mais tolerável é porque as pessoas ao meu redor estavam se protegendo. Aquele negócio de ninguém solta a mão de ninguém pode parecer uma auto-ajuda frágil, mas funcionou bem com minha bolha de amigos. Me aproximei de diversas pessoas, sei com quem posso contar e quem me entregará para a censura caso seja necessário. Esse foi um ótimo ensinamento deste ano.
No trabalho também pude me cercar de pessoas boas, que estavam lá para mim nos bons e nos maus momentos. Rompi a barreira de um ano e meio na empresa e as coisas estão indo bem. Nunca escrevi tanto na minha vida e isso tem me feito bem. Minha melhor versão é quando estou me sentindo produtivo e tenho certeza que este ano eu fui bem produtivo. Lógico que nem tudo são flores e alguns problemas psicológicos atrapalharam, mas estou fazendo terapia justamente para resolver isso. Se ainda não estou 100%, pelo menos estou mais próximo de uma resolução do que estava no final de 2017.
Também viajei para caramba este ano. Pode até não parecer, mas fui para São Paulo três vezes e uma para Florianópolis. Tudo isso em um ano sem férias, o que foi um feito e tanto. Termino o ano com a sensação de que fiz tudo o possível para encontrar meus amigos, me estimular intelectualmente e melhorar minha atuação profissional.
Sem falar na minha família, que direta ou indiretamente me ajudou a crescer este ano. Eu saí de casa e esse foi o maior passo que já dei até hoje. Minha mãe, coitada, foi a que mais sentiu. Mas é um crescimento para nós dois. É uma nova fase na vida dos dois. Além disso, eu me tornei tio de novo! Minha menina veio como um presente de Natal e agora faz parte dos maiores amores da minha vida.
O maior problema deste ano, porém, foi a falta de tempo para produção de conteúdo sobre literatura. Meu blog e o canal ficaram às moscas, mas a vontade está plantada em mim. Sinto que, se não conseguir colocar algumas coisas em 2019, vou me frustar profundamente. Então estou com gana de fazer acontecer. De crescer. De colocar meu nome, de alguma forma, como alguém que manja um pouquinho desse negócio que envolve a escrita.
Ter esperanças é perigoso em um ano que promete ser tão difícil para todos. Mas me mantenho otimista. Vamos ver o que o ano nos reserva e, se for necessário, usaremos os meios disponíveis para fazer nossa parte. A ordem é defender quem você ama e fazer acontecer. É só isso que espero para 2019.
*Como no exorcismo, não vou revisar ou editar esse texto. O objetivo é ser um desabafo, não uma aula de literatura ou gramatical.
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.