Já é o nono ano consecutivo em que publico a lista dos melhores filmes que assisti, uma tradição mais longa que todos os meus relacionamentos somados. Mas temo em dizer que este foi o ano em que menos vi filmes desde que comecei a anotar de forma sistemática, em 2013. Foram apenas 23, pouco menos de dois por mês. Um reflexo do número de seriados vistos e de um momento turbulento na vida.

Por isso, a lista dos melhores foi até simples de ser feita. Mas antes de falar do meu Top 3, cabe um aviso a quem está chegando aqui de paraquedas: esta é uma lista subjetiva, com os longas que mais me marcaram a longo de 2018. Não necessariamente são filmes lançados este ano, mas sim que eu vi este ano. Dito isso, vamos começar:

2018

Mantendo a tradição iniciada há algum tempo, assisti a todos os filmes indicados ao Oscar antes da premiação. Alguns tenho que confessar que foram bem difíceis de acompanhar, como The Post, O destino de uma nação e Trama fantasma. Nenhum desses me agradou particularmente, então nem colocaria na categoria principal.

Outros, ao contrário, foram um tremendo prazer. Lady Bird é uma história de crescimento que tem tudo para estar entre os melhores filmes adolescentes da década. Projeto Flórida é sensível e consegue passar uma mensagem forte em sua simplicidade. Corra! tem um roteiro maluco e que te surpreende a todo momento, numa mescla de humor com um terror psicológico sinistro. Mas quem quase subiu ao pódio foi Três anúncios para um crime, que era meu filme favorito para o Oscar, mas não chegou ao fim do ano como um dos três que mais me marcaram.

Já me preparando para o Oscar 2019, também fui ao cinema algumas vezes. Nasce uma estrela é um baita filme e me arrepiei inteiro quando a Lady Gaga abre a boca para cantar pela primeira vez. O retorno de Mary Poppins é uma agradável surpresa e fica devendo ao primeiro apenas no quesito músicas que ficarão para a eternidade. Infiltrados na Klan tem o humor no tom certo e a assinatura do Spike Lee, o que deixa qualquer filme uma obra maravilhosa. Apesar disso, nenhum deles conseguiu romper a barreira do Top 3.

Além disso, fiz uma pequena maratona de filmes do Steven Spielberg
entre janeiro e fevereiro. Nunca tinha assistido Contatos imediatos de 3º grau e pude constatar o quão bacana ele é, com uma construção crescente do suspense até a aparição dos extraterrestres. Império do sol é um baita filme de estreia para o Christian Bale e uma história de guerra daquelas que merecem sempre ser vistas. E não tenho nem o que falar de E.T. e de Caçadores da arca perdida, pois são filmes clássicos que me acompanham desde a infância e dão um quentinho em meu coração até hoje.

Pronto, acho que agora podemos ir para o meu Top 3 de 2018.

3º lugar

Quem me conhece sabe que não tenho coração e, por isso, histórias de amor não costumam me cativar tanto. Mas quando elas são bem escritas, amigo, nem eu consigo escapar. Me chame pelo seu nome é sensual desde as primeiras cenas. É um eterno flerte. Uma conquista impossível. O gozo após uma punheta pensando naquela pessoa especial.

Junto a isso, tem uma química fudida entre o Timothée Chalamet e o Armie Hammer, que nos faz crer que aquela é uma história real. Um momento de descoberta da própria (bi)sexualidade, além de um primeiro amor avassalador. E apesar de não ter um final feliz, tem uma das melhores conversas de pai para filho e é honesto com a obra que foi criada. Estou doido para ler o livro.

2º lugar

Vou falar do famoso filme do sexo com o peixe. Ou a reconstrução da história do boto-cor-de-rosa. Não importa como você o chama. O importante é que o Guillermo Del Toro conseguiu de novo. Poucos diretores/roteiristas sabem mesclar tão bem a fantasia com realidade quanto ele. E A forma da água é uma belíssima história de amor que consegue fazer isso com cenas incríveis, inclusive com o melhor sexo embaixo da água possível.

Sei que o filme tem alguns problemas, principalmente nos coadjuvantes, mas não há como negar o poder da Sally Hawkins em roubar a cena como uma personagem surda. Isso sem falar de todas as interações dela com o deus anfíbio, que criam os momentos mais belos do longa. Eu seria injusto se não colocasse A forma da água aqui, já que é uma das histórias que me acompanhou o ano inteiro – e olha que assisti em janeiro.

1º lugar

Recuérdame. Hoy me tengo que ir mi amor. Recuérdame.

Pois é, a Pixar conseguiu de novo. Já é a terceira vez que coloco um filme dela como o melhor do ano e, não por coincidência, eles fazem parte do meu top 3 do estúdio. Viva: a vida é uma festa é uma história familiar sem igual, que consegue trazer um roteiro cativante, músicas incríveis e aquela lagriminha que só a Pixar consegue colocar em nossos olhos.

Como se não bastasse isso, é um filme respeitoso ao extremo. A cultura mexicana é o plano de fundo e o motivo da história. Não é estereotipada, não serve como piada. É apenas uma forma de contar aquilo que eles pretendiam. A reverência com os mortos, a importância da memória e de fazer aquilo que você ama são alguns dos pontos que me fazem pensar no filme até hoje.

Ranking dos últimos anos

  • 2010: Empate entre Toy Story 3 e Onde vivem os monstros
  • 2011: ABC do amor
  • 2012: O ano que meus pais saíram de férias
  • 2013: 3º: As vantagens de ser invisível / 2º: Trilogia “Before…” / 1º: Princesa Mononoke
  • 2014: 3º: O gigante de ferro / 2º: Taxi Driver / 1º: Réquiem para um sonho
  • 2015: 3º: Whiplash / 2º: Ela / 1º: Divertida Mente
  • 2016: 3º: Janela indiscreta e Festim diabólico / 2º: Todos os homens do presidente / 1º: 12 homens e uma sentença
  • 2017: 3º: A chegada / 2º: Logan / 1º: Baby driver

Todos os filmes assistidos