Flores nascerão nesse jardim
Nuvens no horizonte dessa imensidão sem fim
O que trarão a mim?
Forfun – Sol ou chuva
Quando 2016 chegou ao fim, não fiz o tradicional texto de exorcismo. Minha cabeça estava ocupada com outras coisas e imersa no novo emprego. Ao olhar para trás, posso dizer que o esforço valeu a pena. Fiz o possível para que tudo desse certo e, no fim, deu. Consegui encerrar o ano de forma satisfatória, apesar do meu retrospecto de derrotas. Então quando veio dezembro, meu único pensamento era fazer o possível para que 2017 fosse um ano melhor.
Em linhas gerais, acho que atingi esse objetivo. Minha cabeça está mais tranquila hoje do que estava há um ano. Comecei a pensar um pouco mais em mim do que nas outras pessoas. Busquei ajuda profissional para isso, inclusive. É a primeira vez que assumi o problema de frente. Estou tentando me descobrir e talvez essa seja a maior vitória do ano. As coisas estão estáveis e andando.
O problema é que elas estão estáveis demais.
É contraditório, eu sei, mas esse ano simplesmente passou e nada de significativo aconteceu. A única coisa que posso dizer com segurança é que trabalhei igual gente grande. Me dediquei 110% a todos os lugares que passei e, quando precisei sair de um deles, saí com a certeza de ter feito um bom serviço. Gosto do que faço e, embora não seja aquilo que sonhei quando entrei na faculdade, é algo que me faz acordar bem todos os dias. Não podia pedir mais em tempos de crise e morte do menino jornalismo.
Mas enquanto a vida profissional avançou, o resto segue o mais completo marasmo. Abandonei muita coisa que gosto de fazer pela simples falta de tempo. Meu blog, coitado, só voltou a funcionar de forma ativa nesse final de ano, em um esforço hercúleo para me fazer escrever por prazer. O canal no YouTube ficou sem vídeos o ano inteiro e só agora estou voltando com ele. Aos poucos, com passos de bebê. Tudo ainda precisa se acertar na minha rotina. Não está fácil, mas é algo que pretendo me dedicar para fazer acontecer em 2018.
Na parte pessoal, então, nada funcionou. Quem me conhece sabe o quanto meus amigos são pilares importantes para que eu funcione bem. Conheci e virei amigo de pessoas incríveis este ano, não posso negar. Pessoas que estiveram do meu lado em momentos difíceis e que eu pude apoiar, mesmo que sem saber, nos momentos mais tensos. Por outro lado, acabei me dedicando tanto ao trabalho que não consegui encontrar com os meus amigos de longa data tanto quanto eu gostaria. E a vida amorosa, essa eu acho melhor nem comentar. Consegui estragar todas as possíveis chances que tive esse ano.
Ao contrário dos outros anos, porém, estou animado. No momento que este texto é publicado, estarei na praia, cercado pelos meus amigos e esperando a virada do ano. Torcendo e trabalhando forte para que 2018 siga nos trilhos e seja o melhor ano dessa década.
*Este é um desabafo, portanto não revisei e nem pretendo. Por favor, relevem possíveis erros porque é um exorcismo, só queria que saísse rápido de mim.
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.