Depois de ficar uma semana em São Paulo, confesso que acabei sentindo uma saudade do galinheiro. Ele não é tão grande quanto lá, lógico. Se compararmos os dois, aqui vai parecer uma roça. Mas é minha casa e, como dizia minha sábia avó, não há lugar como o seu poleiro.
Sim, estou em um momento emo. Depressivo, jogado pelos cantos, carente. Principalmente carente. Fui pra lá e não encontrei nenhuma galinha que me quisesse. Voltei para casa e descobri que a galinha gostosa do poleiro de cima tá pegando o galo do vizinho. A vida não é justa.
Se você já passou por uma situação dessas sabe bem o que estou dizendo. Basta um pouquinho de atenção para ficar mais feliz. Você é capaz de fazer de tudo por quem fez a boa ação. Foi assim que meu maior pesadelo apareceu: a galinha gorda com celulite.
Ela chegou toda manhosa, falando coisinhas bonitas no meu ouvido. Calma, frangos têm ouvidos? Ah, deixa pra lá. Se eu continuar divagando perco toda a mágica do momento. Onde eu estava mesmo? Ah, sim, debaixo da árvore me atracando com a gorda. Nossa, nunca imaginei que poderia ser tão bom. Passei muito tempo ignorando aquele ser para depois descobrir que ela fazia eu me sentir mais galo, se é que vocês me entendem.
Acho que estou começando a ficar apaixonado. Sério, ela é fantástica! Então, me perdoem meus leitores, mas a partir de hoje meus textos ficarão cada vez num clima mais romântico. Afinal, o amor transforma qualquer frango!
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Vou desativar meu antigo blog, o “Memórias de um frango”. Para isso, vou resgatar as crônicas que estavam postadas lá, dar uma repaginada e trazer para cá. Se você leu as crônicas anteriores, vai estranhar o teor dessa daqui. Romantismo? Se atracando com a galinha que ele mais detesta? Calma, isso foi apenas uma piada de 1º de abril, escrita em 2009.
Começou a escrever em 2008 para fugir de uma rotina massante no galinheiro e descobriu que era bom naquilo. Ou pelo menos achava que era, já que nunca conseguiu dar nenhum beijo na boca por seus textos. Dizem por aí que continua virgem, mas ele nega.