Depois de ficar uma semana em São Paulo, confesso que acabei sentindo uma saudade do galinheiro. Ele não é tão grande quanto lá, lógico. Se compararmos os dois, aqui vai parecer uma roça. Mas é minha casa e, como dizia minha sábia avó, não há lugar como o seu poleiro.

Sim, estou em um momento emo. Depressivo, jogado pelos cantos, carente. Principalmente carente. Fui pra lá e não encontrei nenhuma galinha que me quisesse. Voltei para casa e descobri que a galinha gostosa do poleiro de cima tá pegando o galo do vizinho. A vida não é justa.

Se você já passou por uma situação dessas sabe bem o que estou dizendo. Basta um pouquinho de atenção para ficar mais feliz. Você é capaz de fazer de tudo por quem fez a boa ação. Foi assim que meu maior pesadelo apareceu: a galinha gorda com celulite.

Ela chegou toda manhosa, falando coisinhas bonitas no meu ouvido. Calma, frangos têm ouvidos? Ah, deixa pra lá. Se eu continuar divagando perco toda a mágica do momento. Onde eu estava mesmo? Ah, sim, debaixo da árvore me atracando com a gorda. Nossa, nunca imaginei que poderia ser tão bom. Passei muito tempo ignorando aquele ser para depois descobrir que ela fazia eu me sentir mais galo, se é que vocês me entendem.

Acho que estou começando a ficar apaixonado. Sério, ela é fantástica! Então, me perdoem meus leitores, mas a partir de hoje meus textos ficarão cada vez num clima mais romântico. Afinal, o amor transforma qualquer frango!

Vou desativar meu antigo blog, o “Memórias de um frango”. Para isso, vou resgatar as crônicas que estavam postadas lá, dar uma repaginada e trazer para cá. Se você leu as crônicas anteriores, vai estranhar o teor dessa daqui. Romantismo? Se atracando com a galinha que ele mais detesta? Calma, isso foi apenas uma piada de 1º de abril, escrita em 2009.