Bendita seja a Netflix. Graças a ela, bati com folga a meta de assistir 52 filmes no ano. No fim, foram 74 títulos – mais que o dobro do ano passado (mas com duas míseras idas ao cinema contra as cinco de 2012). Essas informações mostram que assisti poucos longas lançados em 2013, então a minha lista vai conter coisas velhas.
E vale lembrar: a escolha é completamente parcial, baseada apenas nos meus gostos. Como assisti vários filmes bons, vou fazer um top 3 mas, para fins de ranking, apenas a primeira colocação vai valer. Antes de começar o texto, conheça os vencedores dos últimos anos:
2010: Empate entre Toy Story 3 e Onde vivem os monstros
2011: ABC do amor
2012: O ano em que meus pais saíram de férias
2013
Comecei o ano com Quase famosos, um dos filmes que está na categoria “Preciso assistir com frequência para ser feliz”. Outros dois filmes que também estão nesta categoria e os re-assisti em 2013: Conta comigo e o vencedor de 2010, Onde Vivem os Monstros.
Na corrida para o Oscar, assisti O lado bom da vida, Indomável sonhadora, Aventuras de Pi e aquele que quase entrou no Top 3 filmes do ano, Django Livre. Já na categoria Melhor longa de animação, só faltou assistir Piratas Pirados. Vi Valente e me impressionei com a perfeição dos pelos (mas não me impressionei tanto com a história, infelizmente), me diverti muito com Detona Ralph e também assisti a Paranorman e Frankenweenie. E fiquei puto por não terem indicado o excelente A origem dos guardiões que é, pra mim, a animação do ano (ganhando por pouco de Como treinar seu dragão).
Nos clássicos, comecei uma maratona dos filmes do 007, mas a Netflix tirou tudo de catálogo e não consegui terminar. Assisti aos seis primeiros (Dr. No, From Russia with love, Goldfinger, Thunderball, You only live twice e On her majesty’s secret service), gostei tanto que comprei os livros do Ian Fleming. Assisti também Os homens preferem as loiras, A guerra dos botões, Psicose e A noviça rebelde pela primeira vez.
Dentre os que bateram na trave, Moonrise Kingdom merece destaque. Mesmo com todos os maneirismo do Wes Anderson, é um puta filme. Os homens que encaravam cabras é surpreendentemente legal e quase foi pra lista final assim como O Palhaço, filme nacional que merece todas as aclamações possíveis.
Não posso esquecer também de Super 8, que é o filme com mais cara de Spielberg que não foi dirigido pelo Spielberg, e de Encontros e Desencontros, disparado o melhor filme da Sofia Coppola. Outro que não pode faltar é a melhor adaptação de um livro para o cinema: Em chamas.
Mas chega de enrolação. Vamos logo ao top 3 de 2013
3º lugar
Queria assistir a este filme desde quando divulgaram os atores envolvidos. Nas primeiras críticas liberadas, a curiosidade só aumentou. Cheguei ao ponto de comprar o e-book do livro que inspirou o filme para lê-lo antes de assistir. E não é que a adaptação é tão boa (ou até melhor) que a obra original?
Estou falando de As vantagens de ser invisível, filme que acompanha a vida de Charlie, um wallflower. Isso significa que ele está por ali, observando tudo mas sem participar da ação de fato. Tudo muda quando ele conhece os meio-irmãos Patrick e Sam e sim, o filme é muito mais do que isso.
Eu me senti infinito enquanto assistia. E só isso basta.
2º lugar
Uma amiga minha (beijos, Xu) vivia me falando de dois filmes com uma proposta bem diferente: contar a vida de um casal quando eles se conheceram e o que aconteceu com eles nove anos depois. Eis que, nove anos após o segundo filme, a vida desse casal é novamente trazida para as telas. Quando ele entrou no catálogo da Netflix, foi a deixa para eu assistir à, até então, trilogia.
Antes do amanhecer, Antes do pôr-do-sol e Antes da meia-noite já entraram de cara na categoria “Preciso assistir com frequência para ser feliz”. Eu sou apaixonado com a forma de contar histórias e acho a da trilogia do tempo (é assim que eu tô chamando ela por enquanto) brilhante. Isso sem falar nos diálogos espetaculares, que são o que movem os filmes. Cada um a sua maneira, cada um com sua peculiaridade. Os três me conquistaram por completo e eu ainda espero ver mais da história de amor de Jesse e Celine.
O filme do ano
Uma das coisas mais legais que fiz esse ano foi a maratona dos filmes de Hayao Miyazaki. Dos 11 longas lançados, assisti nove (não assisti O castelo de Cagliostro, o mais antigo, e Vidas ao vento, o mais recente e último antes da aposentadoria).
E, olha, não tenho outra palavra para descrever a filmografia do Miyazaki a não ser FODA. Todos os filmes possuem um grau de foderosidade que é difícil atingir assim tão facilmente. Até o que menos curti (Porco Rosso) é um grande filme, não há como discutir.
E se você pensa que vou escolher os batidos A viagem de Chihiro ou Meu amigo Totoro como filmes do ano, você se enganou. Minhas escolha vai ser menos óbvia. Queria muito colocar O serviço de entregas de Kiki em primeiro lugar, pois foi o que mais me divertiu dentre todos. Mas então me lembrei de Nausicaä – A princesa do Vale dos Ventos e decidi que não era justo. O problema é que me lembrei ainda de um filme mais foda que todos estes juntos e ele vai ser a minha escolha como O Filme de 2013.
Princesa Mononoke talvez seja, ao lado de Ponyo, um dos filmes do Miyazaki mais voltados para o cuidado com o meio ambiente. Mas todo o contexto que o cerca, os personagens e a história em si o qualificam como uma das obras primas do cineasta. Os espíritos da floresta, a forma como o homem interage com o ambiente. Tudo é muito foda. Isso porque não falei nos cenários, já que todos os filmes do Miyazaki são impecáveis neste quesito.
E pensar que não teremos mais filmes dele…
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.