“Faço de mim
Casa de sentimentos bons
Onde a má fé não faz morada
E a maldade não se cria
Me cerco de boas intencões
E amigos de nobres corações
Que sopram e abrem portões
Com chave que não se copia”
Todo final de ano faço uma série de pequenas promessas para mim mesmo. Coisas simples e que tenho certeza que poderei cumprir. Metas palpáveis que, dia 31 de dezembro, posso parar e mensurar para ver se consegui atingi-las. Em 2013, porém, decidi fazer uma coisa diferente. Meu ano inteiro tem uma única meta: me tornar uma pessoa melhor.
Quem me acompanha mais de perto sabe que os últimos três anos não foram nada fáceis. Passei boa parte deles em uma draga emocional, trancado em casa e descontando tudo em textos, livros, filmes e seriados. Culturalmente falando, foi bom. Pessoalmente, não foi. Hoje vejo que há esperança de melhora. Estou correndo atrás dela, inclusive. São passos de bebê, vacilantes e lentos, mas são passos e é isso que importa.
“Observo a mim mesmo em silêncio
Porque é nele onde mais e melhor se diz
Me ensino a ser mais tolerante, não julgar ninguém
E com isso ser mais feliz
Sendo aquele que sempre traz amor
Sendo aquele que sempre traz sorrisos
E permanecendo tranquilo aonde for
Paciente, confiante, intuitivo”
Mas quando fechei a meta de tentar ser uma pessoa melhor, percebi que eu não me conhecia o suficiente para promover tal mudança. Olhando para trás, percebi que são raras as vezes em que paro para refletir sobre minhas ideias, convicções ou posicionamentos diante da vida. Então decidi me forçar a isso. Como o que faço de melhor é brincar com as palavras, vou colocar minhas ideias no papel e, aos poucos, tentar deixar meus pensamentos nos eixos.
O nome para esta série de textos veio da música Morada, da banda carioca Forfun – a letra é esta que está no post. Ela reflete bem a ideia do que é ser uma pessoa melhor, com mensagens positivas sobre se descobrir, buscar sempre fazer o bem, ser mais tolerante, paciente, confiante e intuitivo. É isso que eu quero para 2014 e para o futuro.
E não falo isso da boca para fora. Estou realmente tentando internalizar várias coisas para me tornar alguém melhor. Quero cuidar da minha morada para que isso possa ser transmitido para as pessoas. Quero manter meus amigos por perto, cuidar melhor da família, procurar entender os diferentes pontos de vista. Não tenho pretensão de mudar o mundo como muitos de meus amigos têm. Longe de mim ser tão megalomaníaco. Minha meta é só colocar um sorriso no rosto de alguém, seja com meus gestos ou com minhas crônicas.
Só isso já vai me deixar muito feliz.
“Faço de mim
Parte do segredo do universo
Junto a todas as outras coisas as quais
Admiro e converso
Preencho meu peito com luz
Alimento o corpo e a alma
Percebo que no não-possuir
Encontram-se a paz e a calma”
Então chegou a hora de explicar como vai funcionar essa nova seção do blog. Sempre que me der na telha, farei um texto sobre algo que eu precise organizar em minha cabeça. Já tenho uma lista de assuntos que preciso pensar sobre, então tenho programação mais ou menos definida para os primeiros.
Decidi postar estes textos no blog não por conta do ego ou algo parecido, mas porque salvar um arquivo do Word no meu computador não resolve o problema. Se eu não tiver a coragem de publicar esses pensamentos, de nada vai me adiantar. Aliás, nem vou ficar divulgando demais os textos daqui. Nem no menu superior do blog eles vão ficar. O objetivo é organizar meus pensamentos, então eles terão um tom bem mais pessoal. Também não espero um grande retorno deles. Ao contrário das crônicas, que são pensadas nos leitores, o Minha Morada vai ser escrito para mim. Se quiser acompanhar a minha jornada de auto-conhecimento, fique à vontade.
“E sigo por aí viajante
Habitante de um lar sem muros
O passado eu deixei nesse instante
E com ele meus planos futuros
Pra seguir
Sendo aquele que sempre traz amor
Sendo aquele que sempre traz sorrisos
E permanecendo tranquilo aonde for
Paciente, confiante, intuitivo”
Então, sejam bem-vindos à Minha Morada, ou simplesmente Mio, como decidi apelidá-la.
Comecei a vida dentro de um laboratório de química, mas não encontrei muitas palavras dentro dos béqueres e erlenmeyers. Fui para o jornalismo em busca de histórias para contar. Elas surgem a cada dia, mas ainda não são minhas. Espero que um dia sejam.